No último domingo (27.04), uma ação da Polícia Militar (PM) deixou o movimento sindical fortalezense indignado. O fato aconteceu no prédio anexo 2 da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (ALECE) onde acontecia o XVI Congresso Estadual do PSB, ironicamente o mesmo partido do presidente da Assembleia, o deputado Romeu Aldigueri.
Segundo os sindicalistas, foram barrados pela PM pelo simples fato de estarem com uma camisa do movimento contra a privatização do sistema de distribuição da água, campanha esta conduzida pelo próprio Sindiagua.
Depois de uma hora de protesto dos dirigentes do sindicato que contaram com o apoio de outros sindicalistas, da juventude e da direção do partido, conseguiram entrar para participarem do congresso do PSB.
Diante do ocorrido, o Sindiagua lançou uma nota de repúdio e também recebeu uma nota de apoio da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-CE), entidade à qual é filiado.
Abaixo, a nota pública do Sindiagua.
"NOTA DE REPÚDIO À TENTATIVA DE CENSURA E INTIMIDAÇÃO AO MOVIMENTO SINDICAL E À LUTA CONTRA A PRIVATIZAÇÃO/PPP DA ÁGUA
Na manhã do último domingo (27), um grupo de representantes do Sindiagua/CE foi barrado na portaria no prédio anexo 2 da Assembleia Legislativa do Ceará quando entravam para participar do XVI Congresso Estadual do PSB Ceará. Todos os representantes - filiados e integrantes do segmento sindical do partido – estavam trajando camisas da campanha do Sindiagua contra a privatização/PPP da água.
Oficiais da Polícia Militar – um Tenente e um Sargento - que cuidavam da segurança da Assembleia no dia informaram que seria proibido o acesso ao evento com a camisa e que só seria permitida a entrada se os representantes do Sindiagua vestissem outras blusas e entregassem a eles as camisas proibidas. O presidente da entidade, Jadson Sarto, que já havia entrado no prédio sendo o primeiro a se credenciar para o Congresso, ficou surpreso ao tomar conhecimento do fato e desceu para se juntar aos demais representantes e informar ao tenente e ao sargento que o Sindiagua não aceitaria nenhuma censura por parte da polícia ou da Assembleia Legislativa e que todos permaneceriam na porta até que fosse permitido o ingresso e a participação no Congresso, trajando a camisa da entidade.
Depois de mais de uma hora de protesto na entrada do prédio, em que os representantes do Sindiagua - com apoio de outros sindicatos e de integrantes da Juventude Socialista Brasileira (JSB) e da direção do PSB - se recusaram a retirar e entregar as camisas aos policiais militares, o acesso foi finalmente permitido. Ainda assim, um oficial tenente que fazia a segurança da Assembleia fez uma nova tentativa de intimidação e censura ao querer proibir qualquer manifestação dos representantes do Sindiagua durante o ingresso ao prédio. O oficial tenente chegou ao cúmulo de falar diretamente ao presidente do Sindiagua/CE, Jadson Sarto, para ficar calado. O presidente da entidade não aceitou a imposição e repudiou cara a cara a postura autoritária do policial, dizendo que não aceitava qualquer tipo de intimidação e que aquela deveria ser a “Casa do Povo”, onde o povo tem voz e direitos.
Diante do exposto, a direção do Sindiagua/CE vem a público repudiar a postura da Polícia Militar na “Casa do Povo” em querer censurar e intimidar os representantes da entidade. A luta contra a privatização/PPP da água é uma bandeira histórica da qual o Sindicato não abre mão. Querer silenciar o Sindiagua, além de um claro desrespeito ao movimento sindical, é uma atitude ditatorial e violenta, que fere a democracia, a liberdade e os interesses do povo. Em que regime estamos?
Sindiagua é de luta e jamais se calará na hora de defender a sociedade, os(as) trabalhadores(as), o direito à água e o saneamento público! Não à privatização da água disfarçada de PPP!
A direção – Sindiagua/CE
Fortaleza, 29 de abril de 2025"