Com a medida, outras empresas do setor não estão realizando importações. Além disso, a Petrobras não consegue suprir toda a demanda do país.
Para as empresas importadoras independentes, comprar combustíveis no mercado externo não é vantajoso. Isso ocorre porque a venda é feita por valor abaixo do custo. O valor do litro do diesel no mercado internacional está cerca de R$ 0,80 mais caro do que no Brasil.
A decisão do governo de mandar a Petrobras alterar a política de preços ocorreu em maio deste ano. Segundo a companhia, a nova estratégia comercial usa referências de mercado como:
A medida mudou a política de preço de paridade de importação depois de quase cinco anos. Quando a mudança foi anunciada, as empresas do setor já alertavam para problemas de abastecimento dos combustíveis.
A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (ABICOM) divulgou um relatório nesta semana, mostrando que a defasagem do valor do diesel entre os preços do mercado internacional e o preço de venda no Brasil é de 22%.
“Já começou a faltar diesel. Está tendo uma restrição pesada e ninguém consegue atender com totalidade os seus parceiros. A Shell não consegue atender todos os clientes dela, a Ipiranga também não. Então já há uma redução na quantidade solicitada”, explica a diretora do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (SETCEMG), Juliana Martins. Ela apontou a falta, principalmente, do óleo S10.
Ainda segundo o SETCEMG, as distribuidoras de combustíveis já têm priorizado empresas que prestam serviços de necessidade básica, como hospitais, empresas de coleta de lixo e outros.
Em nota, a Petrobras segue sustentando que não vê risco de faltar diesel no país. A empresa afirma que tem cumprido suas obrigações com as distribuidoras, e diz que não é a única fornecedora de combustíveis do país, que tem outros atores (distribuidoras, importadores, refinadores, formuladores).