A hipocrisia é algo marcante e enraizada na política brasileira. É isso que reconfirma o tratamento que os parlamentares congressistas tem dado à PEC 1/2022.
Chamada pejorativamente de PEC Kamikaze ou PEC Eleitoreira, tem contado com os votos da oposição que tanto tentou desqualificá-la.
Mesmo dizendo que a PEC é meramente eleitoreira, os senadores da oposição votaram favoráveis com apenas o voto contrário de José Serra (PSDB/SP). Na Câmara dos Deputados, a vitória esmagadora do presidente Jair Bolsonaro (PL) se repetiu nos dois turnos da votação do texto-base. A oposição quedou ajoelhada. E apesar de tanto discurso feito anteriormente condenando a proposta, nas votações só faltou dizer "Ave, Bolsonaro!".
No primeiro turno, foram 393 a favor e 14 contrários. Ontem, coincidentemente dia 13, foram 469 contra 17, placar amplamente favorável à proposta. Com 56 deputados/deputadas, o PT só teve um deputado que votou contra: Frei Anastácio (PT/PB). O resto votou com o governo federal.
A oposição votar a favor da proposta do presidente tem uma explicação bem clara: o desgaste que os parlamentares tiveram votando contra a redução da alíquota do ICMS. Ficaria ainda mais feio para quem foi contra a diminuição dos preços dos combustíveis, da energia elétrica e da telefonia se agora também ficasse contra os benefícios sociais resultantes da referida PEC: aumento do Auxílio Brasil para R$ 600,00, criação do Bolsa-caminhoneiro de R$ 1.000,00, aumento do Vale-Gás, criação do Auxílio-táxi e subvenção para a gratuidade de idosos nos transportes públicos.
Enquanto Bolsonaro sorri e o povo espera as benesses oriundas da PEC, a oposição vota contrariada e teme seu futuro eleitoral.
VEJA A RELAÇÃO DOS DEPUTADOS QUE VOTARAM CONTRA OS BENEFÍCIOS SOCIAIS:
1º turno:
Vinicius Poit (Novo - SP)