Ontem (24.05), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em sua assembleia geral extraordinária que só não teve a participação da federação paulista, anulou as eleições de 2022 e 2025 do ex-presidente Ednaldo Rodrigues, dos 8 vice-presidentes e do Conselho Fiscal da entidade, além das mudanças estatutárias promovidas em 2022 e 2024. Uma decisão meramente formal de reconhecimento do afastamento jurídico do ex-dirigente e de seu período deletério à frente da entidade. Tudo isso, é claro, mediante a enorme repercussão negativa que esse período de trevas gerou na opinião pública.
Não, não é a primeira vez que se fala de corrupção na CBF. De forma alguma. Mas é notório que com a administração do baiano Ednaldo Rodrigues a corrupção chegou ao seu ápice com a ingerência política e a defesa explícita desse período realizada pelo PCdoB e pelo presidente Lula. Afinal, corruptos são solidários em defesa de seus atos... e seus interesses.
Em 2021, após o presidente Rogério Caboclo ser afastado por denúncia de assedio sexual e moral feita por uma funcionária da CBF, Ednaldo Rodrigues, à época vice-presidente, assumiu interinamente a presidência da organização.
Em 2022, foi eleito presidente para o quadriênio 2023-2026, tendo como secretário-geral Alcino Reis Rocha, militante do PCdoB que esteve no Ministério do Esporte à época em que o ministro era Orlando Silva, do seu partido, que acabou afastado por denúncias de corrupção. Curiosidade: Orlando Silva, que foi ministro de Lula e Dilma e hoje é deputado federal por São Paulo, também é baiano.
Em dezembro de 2023, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) destituiu Ednaldo da presidência devido a irregularidades estatutárias presentes em sua eleição. Logo o PCdoB entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no STF, ação esta apoiada pelo presidente Lula que enviou um parecer ao tribunal se posicionando contra o afastamento de Ednaldo.
O caso foi julgado pelo ministro Gilmar Mendes que, no dia 4 de maio de 2024, concedeu uma liminar garantindo o retorno de Ednaldo ao comendo da CBF. Gilmar, entretanto, deveria ter levantado sua suspeição para julgar o caso e ter repassado a ação para outro ministro, pois tem interesses pessoais em relação à Confederação Brasileira de Futebol, uma vez que seu instituto, o IDF, é contratado pela organização.
Uma vez de volta à presidência, Ednaldo modificou o estatuto da entidade para antecipar as eleições e se reeleger presidente. Uma manobra para garantir sua permanência. Com uma proposta de aumentar o salário dos presidentes das federações de futebol de R$ 50 mil para R$ 215 mil - o que foi cumprido -, Ednaldo foi eleito por unanimidade em março deste ano. Um caso explícito de compra de votos publicamente denunciado por Ronaldo Fenômeno que tinha pretensão de concorrer à presidência da Confederação.
Também este ano, duas outras polêmicas abalaram, ainda mais, a credibilidade de Ednaldo. Uma reportagem escandalosa mostrou práticas de corrupção da gestão do baiano que provocaram náuseas no mundo futebolístico. Por outro lado, a ideia da seleção brasileira estrear a Copa do Mundo de 2026 com uma camisa vermelha indignou o mundo do esporte e o conjunto da torcida brasileira. Até mesmo o apresentador engajado de esquerda Neto e o tal qual engajado comentarista Casagrande rejeitaram essa possibilidade.
Em abril, a deputada federal Daniela de Waguinho (União-RJ), pediu ao STF o afastamento definitivo de Ednaldo por fraude em uma assinatura do acordo fechado anteriormente com o TJ-RJ para a permanência do então presidente. No documento que poria fim à judicialização do mandato de Ednaldo, a assinatura do Coronel Nunes, conforme comprovado, foi falsificada.
Mesmo diante da fraude, o ministro Gilmar Mendes, movido por seus interesses financeiros centrados no contrato do IDF com a CBF, rejeitou o pedido de afastamento. Entretanto, no dia 15, o desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, do TJ-RJ, determinou novo afastamento de Ednaldo.
O ex-presidente da CBF ainda ensaiou um movimento para recorrer da decisão, mas, mediante um manifesto assinado por 19 federações de futebol se contrapondo à sua volta, acabou desistindo da presidência.
Termina, enfim, a Era Ednaldo, uma era marcada pela corrupção escancarada e pela interferência comunista na CBF. Felizmente, a Canarinha não estreará a camisa vermelha no maior campeonato de futebol do planeta.