Próxima sexta-feira (07.07) será uma data decisiva para o PDT cearense que se encontra em uma disputa fraticida intestinal entre o grupo de Ciro Gomes e o do seu irmão Cid.
A disputa, resultado do processo eleitoral de 2022, contrapõe ciristas, que querem a independência do PDT em relação ao PT, e cidistas, que querem que o partido seja uma sombra do petismo cearense e nacional.
Nesse contexto, entra em discussão tanto a sucessão da Prefeitura de Fortaleza como a renovação do diretório regional (estadual) do partido brizolista.
Por ora, o prefeito Sarto está no congelador do governo Elmano de Freitas (PT) e, pelo que conhecemos do PT, tem sua reeleição ameaçada pela velha esquerda da estrela transfigurada que até pouco tempo era sua grande aliada. O presidente nacional da agremiação brizolista, o agora ministro lulopetista da Previdência Social Carlos Lupi, tenta costurar um acordo para que o PT apoie a reeleição de José Sarto Moreira Nogueira ao Executivo da capital da Terra da Luz em troca do apoio pedetista ao governo petista cearense.
Em verdade, esse apoio pedetista a Elmano já existe, pois hoje, embora não detenha o controle do diretório regional (estadual) do PDT, é Cid quem comanda a maioria dos deputados estaduais.
A reeleição de Sarto a cada dia fica mais difícil. E agora tende a piorar com a tomada de decisão de Cid e sua turma de tomar o controle do diretório regional, uma vez que possui a maioria da base parlamentar partidária.
Nesse intuito, Cid e seus seguidores articularam uma reunião extraordinária do PDT cearense para a próxima sexta-feira com o firme propósito de deporem André Figueiredo da presidência e, evidentemente, colocarem uma pessoa afinada com Cid e os interesses do seu bloco.
Reagindo a essa pretensão, André procurou o diretório nacional que realizou uma reunião ontem (03.07) com a cúpula do PDT cearense e decretou intervenção no diretório do Ceará.
Enquanto Cid diz que a convocação de sexta-feira é legal, pois conta com a assinatura de 1/3 dos membros do diretório cearense, André diz que é ilegal, pois seu mandato vai até dezembro deste ano.
Criado o impasse, sexta-feira saberemos o resultado do seu desfecho e o posicionamento do diretório nacional que tem à presidência um político dividido: ministro de Lula e aliado de Ciro. Pense numa casca de abacaxi!
Ao que parece, Lula, depois de esvaziar a candidatura presidencial de Ciro Gomes com a campanha do voto útil, agora isolou o seu ex-ministro dentro da própria família e do próprio partido.
Dá-lhe, Lula! Apronte os couros, Ciro! Cid Gomes vem aí!