Dois candidatos à sucessão ao Palácio da Abolição, sede do governo cearense, deram declarações que podem impactar parcela de seus respectivos eleitorados: Elmano de Freitas (PT) e Capitão Wagner (UB).
Questionado sobre o fato de não conhecer o interior do estado que pretende governar, Elmano respondeu que "a campanha está apenas começando" e que ficará conhecido do eleitorado cearense. Tergiversando ou não pegando bem a coisa, Elmano não respondeu objetivamente ao questionamento. O fato não é o Ceará o conhecer, mas ele conhecer o Ceará.
O estado possui mesorregiões com características bastante diferentes e, dentro dessas, microrregiões com especificidades definidas. Do litoral das dunas e falésias ao Cariri que possui aspectos geoclimáticos do cerrado, do agreste, da Zona da Mata e do semi-árido, passando pelo árido sertão dos Inhamuns, a economia e a cultura apresentam graus e aspectos diferenciados. Comparo um candidato a governador que não conhece o estado a um candidato a prefeito de Juazeiro do Norte que se você soltá-lo no Carás-Umari a pé não consegue encontrar o Centro da cidade.
Já o Capitão Wagner, ao ser questionado sobre seu apoio ao presidente Bolsonaro (PL), disse que a base de apoio de sua candidatura tem partidos com cinco candidatos a presidente e que o importante é focar "no que realmente interessa ao eleitor cearense". Em outras palavras, Bolsonaro não interessa ao eleitorado do Ceará e, portanto, nessa disputa, não interessa ao próprio estado.
Bolsonaro e seus eleitores têm apoiado Wagner que usufrui desse apoio, inclusive em participação em manifestações massivas como a Marcha Para Jesus, evento de nível internacional, mas não oferece a contrapartida ao bolsonarismo. Tática duvidosa ou mero oportunismo?