O instituto Datafolha não era para gozar de nenhuma credibilidade junto ao povo brasileiro e, particularmente, junto ao eleitorado. Não falo isso porque o instituto pertence ao jornal Folha de São Paulo, veículo de comunicação declaradamente oposição visceral ao presidente Bolsonaro (PL). Isso já seria um bom motivo. Mas é o menor. A incredulidade para com o Datafolha deveria vir de suas próprias pesquisas.
Costuma-se dizer que o Brasil é um país sem memória. Mas a internet tem ajudado - e muito - ao restabelecimento da memória nacional. E em nome dessa memória o Sovaco de Cobra afirma que o Datafolha é uma das maiores fontes de estelionato publicitário.
Em pesquisa realizada em 2018, já em pleno desenvolvimento da campanha eleitoral do 1º turno, o Datafolha (VEJA O VÍDEO) apresentou uma pesquisa onde Bolsonaro, então PSL, perdia no 2º turno para Geraldo Alckmin, então PSDB, Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT).
Já em Minas Gerais, também em 2018,em véspera das eleições do 1º turno, o Datafolha divulgou uma pesquisa onde Dilma Rousseff (PT) aparecia eleita para o Senado e Romeu Zema (NOVO) aparecia em quarto lugar para o governo do estado. Resultado: Dilma ficou em terceiro lugar nas urnas e Zema é o governador de Minas Gerais.
Uma pesquisa realizada pelo instituto Gerp, divulgada sexta-feira (05.08), aponta um empate numérico entre Bolsonaro e Lula (PT), onde cada um aparece com 38% das intenções de voto seguidos por Ciro Gomes (10%) e Simone Tebet (3%). Mas essa pesquisa, ao contrário das do Datafolha que são amplamente divulgadas, não tem muito espaço na grande mídia nacional tradicional.