Nascido da fusão do Partido Social Liberal (PSL) com o Democratas (DEM), o União Brasil tem a gigantesca tarefa de se manter unido em meio a inúmeras divergências internas.
O PSL, integrante do bloco dos denominados partidos nanicos, transformou-se em uma grande força nas eleições de 2018. Com Bolsonaro como candidato a presidente, formou a segunda bancada da Câmara dos Deputados com 52 deputados federais. Já o DEM vinha em caminho inverso. Sendo uma das maiores legendas da política nacional, foi gradativamente perdendo espaço para partidos como o Progressistas, o PTB (Partido Trabalhista Brasileito) e o PDT (Partido Democrático Trabalhista).
O União tem como presidente Luciano Bivar - que era presidente do PSL - e como secretário geral ACM Neto - que era presidente do DEM. Essa definição foi fácil. Difíceis sãos as divergências regionais oriundas da unificação das duas siglas e, principalmente, a definição diante das eleições presidenciais de 2022.
Dentro do União existem três grupos com três propostas diferenciadas. Um grupo aposta em uma candidatura própria. Esse grupo aponta duas tendências: os que defendem a candidatura de Mandetta, ex-ministro que orientou à população brasileira a só procurar apoio médico contra a Covid-19 só quando estivesse com os sintomas agravados (esse sim, é genocida!), e o apresentador Datena que a pouco simpatizava com o emocionalmente desequilibrado Ciro Gomes.
Outro grupo apoia a candidatura de Sérgio Moro que no próximo dia 10 se filiará ao Podemos em uma cerimônia em Brasília. Moro, entretanto, ainda não definiu se será candidato a senador ou presidente da República.
O terceiro grupo, no qual estão os ministros Onyx Lorenzoni (Trabalho) e Tereza Cristina (Agricultura) e as deputadas federais Carla Zambelli e Bia Kicis, defendem ardorosamente a reeleição do presidente Bolsonaro. É possível que esse grupo deixe a nova sigla e rume para o partido que Bolsonaro escolher para se filiar rumo à reeleição.
O União nasceu desunido. A correlação de forças que surgirá através das articulações desenvolvidas nos bastidores definirá a cisão ou não do incipiente partido.
