Ramon Silva Gomes foi preso na manhã da última sexta-feira (30), suspeito de ter assassinado Maria Victória Rodrigues dos Santos, de 15 anos, em Itaueira, no Sul do Piauí. Segundo a Polícia Civil, ele é padrasto da vítima. O crime ocorreu em março deste ano.
A prisão aconteceu por volta das 11h30, e Ramon foi levado para a Delegacia Regional de Canto do Buriti. De acordo com o g1, o delegado João Ênio, responsável pelo caso, afirmou que o suspeito estava no local no momento do crime, contrariando a versão apresentada por ele.
“São dados irrefutáveis e inquestionáveis que nos permitem ter essa conclusão. O que contraria frontalmente a versão dele, que formalmente e informalmente, disse que estaria na localidade Pintada, na casa dos seus pais. Essa versão não se sustenta”, disse o delegado ao portal.
O suspeito permanece preso de forma provisória enquanto o inquérito segue em andamento. A motivação do crime não foi divulgada pela Polícia Civil.
Maria Victória, que estava grávida de cinco meses, foi encontrada morta dentro de casa, no dia 24 de março. A adolescente apresentava perfurações no tórax, além de inchaços no rosto e no pescoço e hematomas no braço.
O corpo chegou a ser exumado no dia 10 de abril para a coleta de novas provas biológicas, com o objetivo de ajudar na elucidação do crime.
Familiares relataram ao delegado que encontraram uma faca na casa no dia do crime, mas, segundo ele, a polícia não localizou o objeto nem o celular da vítima.
Ainda durante a investigação, no dia 26 de março, a Polícia Civil descartou o envolvimento direto do ex-namorado de Maria Victória, que era o pai do bebê que ela esperava. O rapaz chegou a ser considerado o principal suspeito no início das apurações.
Em entrevista ao "Bom Dia Piauí", a mãe da vítima, Marisa Rodrigues, recordou os últimos instantes ao lado da filha. Ela contou que, cerca de uma hora antes de encontrar Maria Victória morta, havia sentido o bebê mexer na barriga da adolescente.
“Eu saí umas sete horas da noite, fui para a catequese e ela ficou deitada na rede. Ela disse ‘mãe, corre aqui que Isaac tá pulando’. Fui lá, peguei na barriga dela e o neném parou de mexer. Eu disse ‘eita, que tu não mexe com vovó, hein?’”, relatou Marisa.
A mãe retornou para casa por volta das 20h e notou que a porta estava aberta. Chegou a imaginar que a filha tivesse saído com o padrasto, mas, sem conseguir contato pelo celular e após procurá-la pelos cômodos da casa, foi surpreendida ao entrar no próprio quarto.
“Abri a porta do meu quarto e me deparei com minha filha daquele jeito. Saí correndo para pedir ajuda, fiquei do lado dela procurando o pulso e tentei reanimá-la, mas vi que ela estava sem vida. Aí parei. Não pude fazer mais nada”, lamentou.