O cantor carioca Carlos Eduardo de Almeida Pires, conhecido como MC Dick, foi preso, na manhã desta sexta-feira (23), no estado do Rio de Janeiro, suspeito de envolvimento com a facção Comando Vermelho (CV), numa operação conduzida pelas Polícias Civis local e do Ceará.
Além dele, outro cantor, de 31 anos, foi detido ao desembarcar em Fortaleza por equipes do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRACO) da PCCE. O vocalista, inclusive, cumpria agenda e estava com shows marcados na Capital cearense e no município de Acaraú.
Contra os dois MCs, já haviam mandados de prisão preventiva em aberto por integrar organização criminosa.
Nomeada Operação Nocaute II, esta é a segunda fase da iniciativa e tem como alvos suspeitos de envolvimento com o CV e de delitos como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) — que abrange homicídio, feminicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. A ação segue sendo executada no território fluminense e nas cidades cearenses de Fortaleza e de Itarema.
"Esses dois MCs tinham um papel muito importante dentro dessa organização criminosa, papel de exatamente promover essa facção. Eles criavam músicas, que enfatizam criminosos desses grupos, tudo muito articulado", detalhou o delegado-geral da Polícia Civil do Ceará, Marcio Gutierrez, em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (23).
Na ocasião, 20 mandados foram cumpridos. Dos 20 alvos localizados, seis pessoas já se encontravam em unidades prisionais. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Os cantores de funk estão entre eles.
Em um vídeo divulgado pelas corporações é possível observar parte dos alvos sendo capturados e conduzidos às unidades policiais.
Além das capturas, 12 quilos de drogas, facas, dinheiro, veículos e aparelhos celulares também foram apreendidos. As autoridades ainda solicitaram o bloqueio de até R$ 22 milhões de contas dos investigados.
Em abril deste ano, a primeira fase da Operação Nocaute resultou na prisão de 10 membros das facções Comando Vermelho (CV) e GDE em Fortaleza e em Maracanaú. Entre eles, haviam três mulheres, que, segundo os investigadores, auxiliavam os maridos no tráfico de drogas.