Quando o prefeito Glêdson Bezerra (PODE) convocou a imprensa para uma coletiva, um dia antes e sem falar o motivo da convocatória, mal suspeitavam os profissionais da área que se tratava de um caso de amor.
Diante do mistério, interrogações, exclamações e elucubrações se formaram. De comunicado acerca do movimento de paralisação puxado pelo sindicato a pré-lançamento de candidaturas a 2026, muita coisa foi sugerida. Falaram até em... renúncia de mandato. Ô povo doido! Mas, repito, tratava-se tão somente de um caso de amor.
Com uma plateia composta de profissionais da imprensa, Secretári@s, vereadores(as) e alguns empresários, o prefeito Glêdson, ladeado pela primeira-dama e Chefe de Gabinete Sandra Cavalcante e pela Secretária de Infraestrutura Ana Carolina, com objetividade e sem aludir a nada que não estivesse relacionado ao motivo da convocatória, declarou, diante de todas as pessoas presentes, o motivo delas estarem ali, na tarde de quinta-feira (22.05), no auditório da Secretaria de Educação (SEDUC). Tratava-se do PSIU.
PSIU é uma interjeição para chamar alguém, mas também para pedir silêncio. Suscita uma aproximação ou esboça uma ação repreensiva.
Em Juazeiro do Norte, desde quinta-feira, conforme comunicado pelo prefeito na coletiva, PSIU é o Programa de Saneamento e Infraestrutura Urbana que se inicia com a destinação de R$ 100 milhões oriundos do empréstimo de US$ 80 milhões do Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF). Irá promover, segundo o governo municipal e segundo as expectativas da população juazeirense, uma revolução na urbanidade ciceropolitana transformando radicalmente a infraestrutura do Município.
Neste primeiro momento, serão 120 ruas pavimentadas e sinalizadas em 13 bairros, dentre os quais, o meu Tiradentes. Novo Juazeiro, Três Marias, Pedrinhas e Campo Alegre serão alguns dos bairros beneficiados.
E começa quando?
Já começou. Enquanto o prefeito abria seu coração falando desse caso de amor pela Terra do Padre Cícero e assinava o contrato, publicamente, com a empresa que venceu a licitação para tocar as obras, homens e máquinas já trabalhavam na Avenida Otaciano José de Oliveira que liga um dos conjuntos do Minha Casa, Minha Vida ao Sítio Espinho e será toda asfaltada em seus 5,8 km de extensão em um investimento de mais de R$ 8,4 milhões.
Ao assumir e consolidar essa relação de amor com Juazeiro do Norte, Glêdson, sem sequer lembrar da amante traiçoeira do Município, infligiu um golpe certeiro e pesado nesta que diz amar e querer bem (é o novo!) à urbe ciceropolitana, mas que se empenha ardentemente em traí-la jogando todos os seus esforços para impedir que verbas públicas cheguem até a nossa tão querida terra.
O choro da amante traiçoeira e o futuro silêncio da imposição da realidade
Mas se o PSIU chamou a atenção da imprensa e da população juazeirense, ainda não calou a oposição, amante traiçoeira, que já se manifestou timidamente nas redes sociais.
Em grupos de discussão política e em um pronunciamento do ex-vice-prefeito podemos observar um choro velado eivado de ressentimento e agouro. Componentes da amante traiçoeira lembram que a história do empréstimo com a CAF começou com o ex-prefeito, esquecendo de dizer que esse início ficou apenas no flerte. Mas, uma vez consolidado o namoro de Glêdson com o empréstimo em prol do seu amor por Juazeiro, o ex-vice traçou no horizonte uma linha sombria de futuro incerto.
Para não contrariar, mais uma vez, a opinião pública juazeirense, disse que não é contra as obras, mas... E é nesse mas que ele demonstra sua mais sincera e visível contrariedade (Ah, interjeição maldita!, que mesmo não dita e agindo de forma implícita em sua expressão de contraste e oposição revela os sentimentos mais íntimos daquelas pessoas que a sugerem).
Para o ex-vice, o empréstimo legará ao futuro prefeito uma situação de imprevisibilidade em relação a futuras "obras, aumento de salários ou coisa desse tipo", uma vez que terá que começar a pagar o empréstimo de US$ 80 milhões. À época, quando acompanhou Glêdson em visita ao CAF, o hoje pessebista não enxergava a situação dessa forma.
Sem ter como se contrapor às obras anunciadas e vendo o desenvolvimento do PSIU e, mais que isso, a aprovação da população ao processo de reurbanização juazeirense, a oposição se calará diante da realidade.
Pergunta: Será se a amante traiçoeira não aprendeu com seus desacertos durante o primeiro mandato do prefeito Glêdson Bezerra? Será que a oposição não compreendeu que enquanto dizia que o prefeito apenas trocava uma telha e passava uma mão de cal na parede de uma obra inaugurada, o povo presente na inauguração dessa obra confrontava a realidade com a falácia da amante traiçoeira?
Se a oposição, ainda amesquinhada, ainda desata em um blá-blá-blá envergonhado e entristecido, calar-se-á diante da aprovação popular do que está por vir e que já começou, pois o futuro se faz presente.