No dia 29 de outubro, a EEF Prefeito José Monteiro de Macedo, escola que leva o nome do ex-prefeito tio da ex-vereadora Rita Monteiro (PDT), foi reinaugurada pelo prefeito Glêdson Bezerra (PODE). Rita foi oficialmente convidada para falar em nome da família Monteiro, mas recusou o convite.

A jornalista Estéfani Monteiro foi representando Rita e a família na solenidade de reinauguração onde o prefeito Glêdson esteve presente. Estéfani falou aos presentes sobre a importância do referido equipamento de ensino.

Mas por que mesmo a ex-vereadora não foi?

Oposição ao governo Zé Arnon (então PTB), Rita Monteiro (PDT) apoiava o trabalho desenvolvido pelo então vereador Glêdson Bezerra (então PMN) que denunciava tudo o que hoje desenvolve à frente da Prefeitura. Rita era um peso forte na base de apoio parlamentar do futuro prefeito.

Rita seria candidata ao terceiro mandato pelo PDT, seu partido, mas a intervenção do diretório nacional impediu o lançamento das candidaturas pedetistas juazeirenses para barrar a pretensão de Gilmar Bender, então dirigente local da sigla, de se tornar prefeiturável contra Zé Arnon, candidato apoiado pelos Ferreira Gomes (PDT).

Rita Monteiro se sentiu traída por Glêdson Bezerra que à véspera da intervenção disse à pretensa candidata que ficasse em paz, pois tudo estava tranquilo e sua candidatura seria lançada. Ora! Na ocasião Glêdson já sabia que Gilmar não seria candidato, pois já tinha até negociado o apoio do empresário para a sua candidatura a prefeito.

Rita ficou decepcionada com o ex-aliado legislativo e acabou apoiando Nelinho de Freitas (então MDB) para o pleito municipal.

Uma vez no poder, Glêdson esqueceu do apoio que Rita Monteiro lhe prestou na Câmara Municipal durante os dois anos que foi oposição ferrenha ao ex-gestor do Município. E não só isso. O governo municipal passou a perseguir um negócio da família de Rita.

Ano passado, dia 17 de julho, Rita sofreu novamente novo constrangimento. Convidada pelo governo municipal para falar durante a solenidade de inauguração da EEF Professora Odete Oliveira Monteiro, escola do Campo Alegre que leva o nome de sua mãe - uma homenagem do ex-prefeito Zé Arnon que conseguiu as verbas para a construção da referida unidade escolar -, Rita teve seu discurso colocado à censura, pois o governo Glêdson Bezerra temia que a então vereadora mencionasse o nome do principal responsável pela obra, ou seja, o ex-prefeito Arnon.

Rita não cedeu à pressão e disse que só falaria sem censura ao seu discurso. Para evitar maus comentários acerca da solenidade, a vereadora acabou falando sem a imposição da censura. Em seu discurso, como temia os gledsoniansos, agradeceu ao ex-prefeito pela obra, assim como agradeceu ao atual.

Já em relação à reação da ex-vereadora ao convite do prefeito para a inauguração do último dia 29, não é de estranhar. Traída por Glêdson e perseguida por seu governo, já tendo sido por uma vez exposta ao constrangimento da tentativa de censura, Rita Monteiro foi simplesmente coerente em não participar do evento. Ingratidão é algo que não se deve contemporizar.