Antes mesmo de se lançar candidato, o vice-prefeito de Juazeiro do Norte/CE Giovanni Sampaio (PSD) já tinha dúvidas se concorreria a deputado federal este ano. Mesmo assim, assumiu o desafio e, ao lado do prefeito Glêdson Bezerra (PODE), fez o lançamento de sua candidatura federal em dobradinha com Fernando Santana (PT).
O apoio de Giovanni, enquanto candidato, a Fernando para o parlamento estadual e a Camilo Santana (PT) para o Senado seria ilegal, pois fere a fidelidade partidária. O vice-prefeito sempre soube disso. Tanto é que tinha receio de lançar sua candidatura. Mas resolveu arriscar.
Com Domingos Filho, o presidente do seu partido, o PSD, como vice na chapa de Roberto Cláudio (PDT), estava evidente que seu apoio a Fernando, Camilo e Elmano de Freitas (PT) não encontraria respaldo na legislação. Daí o próprio Giovanni apontar como motivo da retirada de sua candidatura o fato de, com ela, não poder apoiar os candidatos petistas.
É preciso levar em conta que em um processo eleitoral é muito complicado servir a dois senhores quando se é candidato. O que não tem nenhum empecilho para Glêdson Bezerra que em um malabarismo oportunista e sem princípios apoia Camilo, Fernando e Capitão Wagner (UB), adversários antagônicos na atual corrida eleitoral.
Entretanto, setores da imprensa colocam que o real motivo da desistência é a falta de densidade eleitoral de Giovanni. Donizete Arruda chegou inclusive a contestar um dado do vice-prefeito de Juazeiro que disse que Domingos Filho lhe daria 15 mil votos. Segundo Donizete, não passaria de 4 mil.
Mas se Giovanni ficou bravo com o comentário do editor do Jornal do Cariri, resolveu soltar os cachorros foi em cima de Flávio Pinto que colocou em seu blog que mais uma vez a desistência do médico dará continuidade às dúvidas sobre o seu real peso eleitoral, já que novamente não terá seu nome testado nas urnas.
Já o Cariri En Si ironizou a desistência de Giovanni aludindo às desistências anteriores: "ALGUMA SURPRESA? Giovanni desiste da candidatura pela quarta vez".
A grande verdade é que o vice-prefeito quer sempre estar ao lado de quem ganha. Assim, é melhor apoiar Camilo que, pelas pesquisas, está com mais de 60% da intenção de voto, do que apoiar a chapa majoritária do seu próprio partido que caminha junto com Ciro Gomes (PDT) e Roberto Cláudio.
Com a desistência de Giovanni e da sua mãe Elizabeth Oliveira (Republicanos), quem o prefeito Glêdson apoiará para deputado federal? Será um candidato da coligação do Roberto Cláudio? Para quem já está com Capitão Wagner e com Camilo, essa não é uma opção descartada. Ora! O pragmatismo apregoado por Glêdson nada mais é que o oportunismo eleitoreiro tão caducamente conhecido.
Muita coisa vai rolar estes dias.