Que Ciro sempre foi, desde que o conhecemos na política, destemperado, isso é verdade. Mas ultimamente o descontrole emocional do presidenciável do PDT está como nunca.
Recebido com gritos de "Lula presidente" em um evento da oposição ao presidente Bolsonaro em Barbalha, município do sul cearense, e com gritos de "Bolsonaro presidente" e "Mito" em uma feira agropecuária no estado de São Paulo, Ciro é alvo dos dois lados que polarizam a sucessão pela corrida presidencial. É claro que isso afeta a mente incontrolável do pedetista que na feira paulista mandou um cidadão tomar naquele lugar e perguntou a outro se Bolsonaro tinha "comido" a mãe dele. Pérolas poéticas de um sublime intelectual.
No dia 1º de maio, enquanto Lula fazia discurso para mil militantes em um ato na Praça Charles Miller e Bolsonaro recepcionava apoiadores em Brasília e falava virtualmente para uma multidão na Avenida Paulista, Ciro Gomes, sem condições de viabilizar atos de rua, comemorava os 100 anos do fundador do PDT, o ex-governador Leonel Brizola, na sede do partido na capital brasileira.
Cada vez mais isolado e ignorado pelas massas, Ciro também está cada vez mais nervoso. E, nesse estado de tensão permanente, resolveu atacar gratuitamente seu desafeto Eunício Oliveira, assim como ele, ex-ministro de Lula.
Ciro disse que Eunício recebeu R$ 1 bilhão a fundo perdido do governo Lula para uma de suas empresas. O empresário líder do MDB cearense respondeu com veemência: "Você é um mentiroso. Quem é mala, corrupto é você. Você mente tanto. É batedor de carteira. Pega a carteira e sai gritando 'pega ladrão' pra ninguém te pegar. Mas tu já foi pego, Ciro. Invadiram tua casa e levaram teus documentos, documentos secretos, de desvio de conduta. Você chama todo mundo de desonesto, mas quem é desonesto é você. De onde vem tua fortuna, Ciro?".
Eunício desafiou Ciro a provar a origem do patrimônio dele e lembrou que, diferentemente de si, o pedetista já recebera "visitas" indesejáveis da Polícia Federal.
Nesse período de pré-campanha, Ciro parece ser o seu principal adversário. Deve ser por isso que, em certa ocasião, Bolsonaro falou que o caso de Ciro não é de política, mas de medicina.