Manhã de quinta-feira (27.06). O deputado estadual Davi Macedo (MDB), o Davi de Raimundão, fez um anúncio que muita gente esperava, menos o grosso das pessoas que compõem sua base de apoio: sua renúncia à pré-candidatura a prefeito de Juazeiro do Norte/CE para apoio ao vice-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará Fernando Santana (PT).

No dia 14 deste mês, em um evento em apoio à pré-candidatura de Evandro Leitão (PT), em Fortaleza, Eunício Oliveira, presidente regional (estadual) do MDB, chamou, no microfone, Fernando de "futuro prefeito de Juazeiro do Norte", ou seja, o martelo já estava batido. Davi até deu entrevista chamando a atitude de Eunício de precipitada e dizendo que ainda era pré-candidato. Mas quatro dias depois, anunciou o óbvio: Não foi Eunício que se precipitou, foi Davi que retardou o que já estava estabelecido.

De um lado, um pré-candidato sem vínculo ideológico com Juazeiro do Norte, sem empatia política nem conhecimento da realidade local. De outro, um pré-candidato nascido e criado no Município que, herdando a trajetória política do pai, tornou-se benquisto pela maioria do eleitorado de oposição. Mas, no jogo dos bastidores da política, onde o poder da caneta determina o que é e o que não é, o que importa a vontade dessa maioria?

O PT aleijou seu oponente da oposição em Juazeiro do Norte reafirmando quem manda na oposição local. Eunício conseguiu a promessa de receber apoio para o Senado em 2026. E Davi Macedo conseguiu ser mais um vítima do PT abrindo mão da sua pré-candidatura e divulgando apoio a Fernando Santana. Vale lembrar que outro Santana do PT, o ex-prefeito do Município, também aleijou Raimundão quando o deixou de fora da Prefeitura depois de ser eleito pelo apoio dele.

Um grupo seleto da base de apoio de Davi/Raimundão que recebe direta ou indiretamente benesses do governo estadual tentará convencer a grande massa juazeirense eleitora dos Macedo de que Fernando representa o sentimento político dela. Mas o que esses eleitores juazeirenses pensam sobre o fato de trocar um pré-candidato com aceitação popular por um pré-candidato imposto pelo sistema?

Quem acreditou, desiludiu-se. Nesse jogo da oposição, a democracia é uma farsa. E não existe nada que vença o poder sujo dos bastidores. A renúncia de Davi é uma prova.