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Política

Bia Kicis avalia caso Adélio Bispo e revela ameaça no Senado

Deputada federal concedeu entrevista exclusiva ao Pleno.News.

Publicada em 26/06/24 às 07:02h - 922 visualizações

Paulo Moura, Pleno News


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Bia Kicis avalia caso Adélio Bispo e revela ameaça no Senado
Entrevista com Bia Kicis  (Foto: Pleno.News)

Deputada mais votada no Distrito Federal nas eleições de 2022, com a expressiva marca de 214 mil votos, Bia Kicis (PL-DF) é hoje uma das congressistas de oposição mais forte ao governo Lula (PT), com frequentes e enfáticas críticas às medidas adotadas pela gestão petista.

Em uma entrevista exclusiva concedida ao Pleno.News diretamente de seu gabinete, em Brasília (DF), a parlamentar ressaltou esse papel e falou sobre outros temas, como o chamado “gabinete da ousadia” do PT, o inquérito do atentado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a atuação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e as discussões recentes sobre o aborto.

“GABINETE DA OUSADIA”
Sem pestanejar, Kicis defende que a revelação de que o governo Lula teria uma estrutura para atacar opositores e adversários nas redes sociais demanda, sim, a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Segundo ela, a denúncia “é grave” e não pode passar em branco, já que as narrativas hegemônicas acusavam o governo Bolsonaro (PL) de ter essa estrutura.

– É um gabinete do ódio mesmo, da violência, da perseguição, ele é muitas vezes bancado com dinheiro público, dinheiro dos contribuintes. Então, a gente precisa investigar e desmontar a narrativa de que quem fazia, quem tinha gabinete de ódio, de quem fazia esse tipo de tramoia nas redes sociais, era o governo Bolsonaro – destacou.

INQUÉRITO SOBRE ADÉLIO BISPO
A deputada federal também comentou o relatório divulgado recentemente pela Polícia Federal (PF) sobre o atentado cometido por Adélio Bispo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante as eleições de 2018. Segundo ela, a conclusão da PF de que Adélio agiu sozinho não faz sentido.

– Acredita [na conclusão da PF] quem quer, né? Porque todo o contexto mostra que o Adélio não agiu sozinho em coisa nenhuma e você não precisa ser Polícia Federal para saber disso (…). Imediatamente após o crime, chegaram advogados que vieram, acho que com helicóptero ou com um avião particular, já imediatamente para poder amparar o Adélio (…). Quem age sozinho não tem isso de jeito nenhum – afirmou.

ATUAÇÃO DO STF
Ao falar sobre a atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal, a parlamentar fez críticas a Alexandre de Moraes, que, segundo ela, “passou de todos os limites” e tem sido visto “como um tirano” fora do Brasil. De forma mais geral, a deputada disse que o Senado é, em grande parte, o culpado pelas ingerências da Suprema Corte, por “não colocar freio” no STF.

– Alexandre de Moraes, vamos falar, ele já passou de todos os limites. Ele é o cara que conduz esses inquéritos, que são ilegais (…). Nós temos realmente que resgatar a autoridade do Parlamento. E aí o Parlamento tem que fazer o seu papel. Porque o Senado é em grande parte culpado por tudo isso. Porque não está fazendo o seu papel de colocar freio nos abusos dos ministros do STF – resumiu.

AMEAÇA
A deputada federal também foi perguntada se ela ou sua família já teriam recebido ameaças em razão de seu trabalho. Ao responder, ela lembrou de um episódio ocorrido dentro do Senado, quando uma pessoa teria feito um gesto de que iria eliminá-la.

– Uma pessoa que já é conhecida por ter agredido outros parlamentares, que fez um gesto que foi capturado pelas câmeras, um gesto de que ia me eliminar [mão imitando uma guilhotina]. E ele fez o gesto de que ia me eliminar e fez assim também, [de] tiro. Fez um gesto para outra pessoa que estava lá, e nós conseguimos identificar pelas câmeras e o meu segurança viu o gesto – declarou.

ABORTO
Kicis também fez comentários sobre as discussões recentes relacionadas ao aborto, especialmente no que diz respeito à prática de assistolia fetal e ao Projeto de Lei (PL) 1.904/2024, que equipara as penas de homicídio e do aborto praticado após 22 semanas de gestação.

Para a congressista, há uma “cultura de morte” no Brasil, que consiste na vontade de alguns setores de aprovar normas mais favoráveis ao aborto. Um desses exemplos, segundo ela, seria a intervenção do Supremo no alargamento da permissão da prática abortiva.

– Como no Congresso eles [esquerda] não conseguem fazer passar normas favoráveis ao aborto, principalmente porque eles querem alterar o Código Penal, para alargar as questões, eles querem liberar geral mesmo. Eles acabam recorrendo ao Judiciário, e aí o Supremo fica criando hipóteses para alargar as justificativas, as autorizações legais para o aborto – apontou.

Além disso, a deputada também falou sobre os ataques da esquerda ao PL 1.904. De acordo com ela, o objetivo dos opositores do projeto de lei é fazer com que o aborto seja liberado durante os nove meses de gestação. Para isso, segundo ela, os opositores têm buscado exatamente o Supremo Tribunal Federal.

– Eles ficam usando justificativa, dizendo: “Ah, mas o estuprador é um estuprador que pega 30 anos”. Se o problema é esse, vamos aumentar a pena do estuprador (…). Por exemplo, votamos o fim das saidinhas, mas aí o que eles [esquerda] fazem? Recorrem ao Supremo? Então eles querem, na verdade, é deixar a coisa solta para os bandidos, aborto livre à vontade, não estão pensando nas mães coisíssima nenhuma. E todo o assunto acaba sendo discutido no Supremo Tribunal Federal, que parece uma casa legislativa – concluiu.

*Você pode ouvir a entrevista em podcast no Pleno.News, no Spotify, na Deezer, no Google Podcasts e no Apple Podcasts.




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