O caso João Paulo Teixeira Ramos, que se iniciou no dia 1º de março, parece aproximar-se do fim. Agora o 2º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Juazeiro do Norte/CE entrou em cena.
Ontem (30) foram escutados o empresário e vereador Márcio Joias, que preparou o flagrante para o policial e youtuber João Paulo ser preso, e a vítima de todo esse processo. O caso trata de uma sindicância sobre a possível realização de uma reunião dentro de uma sala do 2º BPM para organizar o flagrante que levou à prisão do youtuber. Hoje (31) será ouvido o Tenente Lindemberg.
O Sovaco de Cobra não tivemos acesso ao depoimento de Márcio Joias, mas sim ao depoimento de João Paulo que nos chegou através da senhora Letícia Leandro, esposa do depoente. O depoimento foi colhido pelo Tenente Jailton Martins dos Santos e acompanhado pelo advogado Roberto Johnatham Duarte Pereira (OAB/CE 29.519) que defende Lindemberg nesse caso.
Em seu depoimento, João Paulo diz que foi chamado por Elizabeth Oliveira, mãe do prefeito Glêdson Bezerra, até sua casa, tendo ido até lá com uma pessoa que participa do atual governo municipal. Que na ocasião, a senhora Elizabeth tentou intimidá-lo dizendo que tivesse cuidado com o vice-prefeito Giovanni Sampaio por ser muito perigoso. Que foi levado para a cilada no escritório de Márcio Joias pelo suplente de vereador Evaldo Nunes. Que lá chegando todo o flagrante já estava preparado entre o vereador e a PM. Que desde o momento que foi preso até sua condução ao 5º BMP, em Fortaleza, foi tratado de forma indigna. Que após sua prisão, uma empresa do vereador em nome de um laranja, a ALFA, recebeu do governo Glêdson Bezerra uma quantia aproximada de R$ 700 mil. Que soube que antes de sua prisão o vereador Márcio Joias e o Tenente Lindemberg estiveram na sala da 2ª Seção, relativa ao serviço de inteligência, no 2º BPM, e que não sabe do teor da conversa ali desenvolvida. Que segundo o informaram, sua prisão teria sido feita a partir da denúncia de um suposto Raimundo que nunca existiu e que a CIOPS negou uma solicitação de seu advogado para ter acesso às ligações do período relativo à prisão. Que a intenção de toda a preparação era não só prendê-lo, mas também prejudicar politicamente os vereadores Darlan Lobo e Capitão Vieira.
Com a preparação do flagrante já determinada pela Polícia Civil, cabe agora saber como e quem mais está por trás do crime que foi preparado. As conotações políticas envolvidas já estão bem claras. E para elucidar o restante bastaria que o sigilo telefônico das pessoas envolvidas fosse quebrado.
Não sei porque cargas d’água não quebra logo o sigilo telefônico bem como o sigilo bancário justiça falhou nisso