Segundo a Polícia Civil do Mato Grosso (PCMT), ela recebeu atualizações dos assassinatos em tempo real, incentivando o namorado a matar os familiares, e que, além disso, havia também a intenção do casal de matar a mãe da jovem, segundo o delegado Matheus Soares.
“A menor participou ativamente incentivando o adolescente a cometer os crimes. Após matar o pai, ele enviou um áudio para ela: ‘matei meu pai’, e ela respondeu: ‘atira nela agora’, se referindo à mãe dele”, contou o delegado da Delegacia de Água Boa.
Após as mortes, os dois continuaram conversando por mensagem e trocaram juras de amor. Segundo os investigadores, a adolescente disse estar orgulhosa do que o namorado tinha acabado de fazer “só para ficar com ela”. “Nunca pensei que alguém faria isso por mim”, disse.
Para a polícia, ficou evidente a demonstração de extrema frieza dos adolescentes, que fizeram brincadeiras e ainda discutiram as formas de se desfazer dos corpos, que foram encontrados numa cisterna.
O casal de adolescentes se conhecia desde os 8 anos de idade. Segundo informações repassadas pelos agentes, havia um forte vínculo emocional entre eles, com a garota exercendo uma forte influência sobre o rapaz. “Faria tudo que a menina pedisse”, reforçaram os policiais durante coletiva para tratar do caso.
As investigações apontaram que ambos consumiam conteúdos de violência extrema, por meio de redes sociais, games, vídeos e até filmes, e que durante as conversas, o jovem se referiu aos pais como “seres nojentos”, e que não nutria qualquer tipo de afeto por eles.
O estopim foi a negativa dos pais do garoto para que ele fosse ao estado Mato Grosso conhecer a namorada pessoalmente. Foi nesse momento que ela ameaçou terminar o relacionamento e deu um ultimato.
Nos diálogos entre os dois, todo o crime foi discutido com antecedência, desde qual arma usar - eles chegaram a cogitar o uso de uma faca -, além de sugestões de como esconder as digitais com luvas. A decisão de matar o próprio irmão de 3 anos foi durante o ato, para que a criança não sofresse com a ausência dos pais.
As conversas nos aparelhos celulares mostram que a menina foi contra matar a criança, e cogitaram usá-lo, colocando a arma na mão dele. Em outro trecho, o casal pensou em alimentar os porcos com corpos.
Já a sequência dos assassinatos também foi discutida: primeiro o pai, depois a mãe. Eles tratavam frequentemente os pais do adolescente como se fossem personagens de um jogo de videogame com conteúdo violento. A polícia afirma que o casal não jogava o game, mas consumia esse tipo de conteúdo numa plataforma de vídeos.