Caririaçu, município cearense vizinho a Juazeiro do Norte, tem uma linha de topics que faz o transporte público entre os dois municípios. Quem pegou uma dessas topics ontem foi surpreendid@ com a informação dada pelos cobradores de que não aceitarão pagamento via PIX.

Assim como a empresa da linha citada, várias outras empresas dos setores de comércio e serviços começaram a adotar a mesma rejeição em relação a esta forma de pagamento on line que hoje é a mais utilizada no Brasil.

Essa situação foi gerada pela implementação das novas regras do PIX anunciadas pelo governo Lula em setembro do ano passado e válidas desde 1º de janeiro.

A restrição recém adotada pelas empresas não vem da desinformação ou da existência de fakes news, como dizem os defensores do atual governo, mas sim da desconfiança que o setor produtivo tem em relação a este governo que é perdulário e tem aumentado impostos e suprimido direitos para não cortar as próprias regalias e as regalias de sua base fisiológica de apoio.

Diante de um quadro de um gigantesco rombo nas contas públicas e, consequentemente, de um déficit fiscal assustador, da escalada inflacionária principalmente em itens essenciais como alimentação, saúde e transporte e de uma desvalorização ímpar da moeda nacional que a coloca em um ritmo de venezualização, tendo como base a gastança exacerbada do governo que prefere aumentar impostos e desidratar estatais - que são propriedades do povo - do que fazer o dever de casa, empresários e trabalhadores(as) temem que as exigências de hoje se tornem cobranças amanhã.

Olhando para um governo que quer taxar até o corpo da alma invisível da tia velha que nasceu morta, comerciantes, fornecedores, revendedores, autônomos e prestadores de serviços começaram a enxergar a imposição da Receita Federal sobre as empresas financeiras, para que estas informem quaisquer transações via PIX a partir de R$ 5 mil para CPFs e R$ 15 mil para CNPJs - incluso os MEIs - como uma possível base de planejamento para uma futura cobrança de imposto. Afinal, o que esperar de um governo que quis abocanhar 30% do transporte por aplicativos?

Quando o governo Bolsonaro, através do ministro Paulo Guedes, implantou o PIX, agilizou e aliviou a economia brasileira gerando transações bancárias sem cobranças e diminuindo consideravelmente as filas em bancos, lotéricas, farmácias e supermercados, além de resolver o problema do troco em diversas situações do dia a dia.

Infelizmente, o que um dia foi agilidade e alívio, hoje gera apreensão. E, o pior, através de uma medida que ataca o legalmente estabelecido sigilo bancário.

Mas o que esperar? Estamos na era da cerveja e da picanha virtuais.