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Mãe amarra filha em poste para vender pipoca em semáforo

Publicada em 14/06/22 às 08:39h - 547 visualizações

Nova Iguaçu 24 h


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Mãe amarra filha em poste para vender pipoca em semáforo
 (Foto: Reprodução/Internet)

A cena de uma criança de 5 anos presa em um poste de sinalização por uma corda e amarrada à calça tem chamado a atenção em Brasília. A 500 metros do Supremo Tribunal Federal, a criança faz da parede de ladrilhos brancos a lousa da “sala de aula”.

A “escola” fica no Buraco do Tatu, na parte mais centeal de Brasília e debaixo da Rodoviária do Plano Piloto. A cena é um retrato dos efeitos do “fique em casa que a economia a gente vê depois”.

A mãe da criança circula entre os automóveis parados no semáforo, onde pede ajuda. Ela carrega um cartaz escrito: “Me ajuda comprando pipoca. Tenho filha e estou passando dificuldades. Aceito doações, comidas e roupas”.

A situação choca quem passa pelo local, mas a reportagem do site Metrópoles percebe que não se trata de um caso de maus-tratos, como a própria mãe garante.

Viemos de Goiânia para fazer o tratamento do rim da minha filha em Brasília. Somos só eu, meu marido e ela. Não consigo emprego e nem uma creche especial que cuide dela, mas, mesmo assim, ela está na escola. Hoje, no entanto, não teve aula e precisei trazê-la comigo, pois o meu marido está trabalhando”, diz a mãe.

A mulher contou ao Metrópoles os motivos de deixar a filha presa à placa de sinalização. “Para que ninguém a roube de mim e para impedi-la de atravessar a rua quando eu me virar. Minha filha é tudo para mim, não me perdoaria se algo acontecesse com ela”, disse ela, que não perde contato visual com a garotinha enquanto tenta vender pipoca no trânsito.

Ela explicou não ser sempre que leva a filha para a área central da cidade. “Só quando ela não tem aula, porque fico sem escolha”. Segundo m contou, rla não tem familiares no DF, “esse é o único jeito de terem o que comer” em casa.

A polícia já veio aqui falar comigo e perguntar o motivo de eu colocá-la assim. Expliquei que era para ela não ser atropelada e para ninguém pegá-la de mim. Dessa forma, consigo vê-la e correr para ajudá-la”, disse ela.

“Eles entenderam. Viram que a minha filha é bem cuidada. Estou aqui batalhando por ela. Para que a dificuldade que estamos passando não piore. Não tenho ninguém para deixar a minha filha, o meu marido trabalha também”, completou.

Bem agasalhada e com uma caixinha de suco ao lado, a menina desenha a família e um animal de estimação na parede do viaduto do Buraco do Tatu. Ela contou ao Metrópoles que adora desenhar. “Quando eu preciso vir com a mamãe, fico brincando com os meus brinquedos e desenhando. Mas eu gosto mesmo é de desenhar bonequinhos e princesas. Passa o tempo rapidinho e, aí, a gente vai embora”, contou.

“Ela trata o rim. Só tem um. Esse é um dos outros motivos para estarmos aqui. As coisas realmente não estão fáceis. Não temos muitas opções. Então, quando ela vem comigo, trago tudo o que ela precisa. Na sacola tem água, suco, comida e o banheiro da rodoviária fica logo ali. Não tem vaga em creche com tempo integral. Então, ela segue na escolinha, que vira e mexe não tem aula”, revelou a mãe.




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