Suzy Camacho, ex-atriz de novelas da Globo e do SBT como “Brega & Chique” (1987) e “Fascinação” (1998), foi indiciada pela Polícia Civil de São Paulo por suspeita de desviar R$ 42,2 milhões do empresário Farid Curi, com quem foi casada por quase uma década. Curi morreu em 2022, aos 85 anos.

O inquérito, conduzido pelo 4º Distrito Policial da Consolação, aponta que a atriz teria se aproveitado do estado debilitado de saúde do ex-marido para movimentar recursos financeiros e transferir bens em benefício próprio. A investigação também apura o uso de documentos falsificados no processo de apropriação do patrimônio.

Família denunciou afastamento e medicação excessiva

O casal formalizou a união em 2013, sob regime de separação obrigatória de bens, já que Curi tinha mais de 70 anos à época. Empresário de destaque, ele foi um dos fundadores do grupo Atacadão, vendido ao Carrefour por R$ 2,2 bilhões.

A denúncia foi apresentada pelos filhos de Curi, que acusam Suzy Camacho de isolar o pai, medicá-lo em excesso e restringir o contato com a família. De acordo com a polícia, ela teria afastado os herdeiros da gestão dos bens e colocado seu irmão, Pompilio Camacho, no comando das finanças do ex-marido.

Delegado vê indícios de exploração da vulnerabilidade

O delegado Guilherme Sabino Corrêa afirmou que há fortes indícios de que a atriz tenha se aproveitado da vulnerabilidade de Curi, principalmente a partir de 2019. Segundo o relatório final, o patrimônio de Suzy Camacho teria crescido de forma incompatível com a renda declarada à Receita Federal entre 2019 e 2022.

Defesa nega acusações e fala em “campanha sórdida”

Suzy Camacho se pronunciou sobre o caso em nota divulgada à imprensa. “Infelizmente, não posso comentar porque o caso corre em sigilo. Estou chocada com tantas mentiras — tudo isso visa manchar a minha imagem. Sempre fui uma pessoa íntegra. É sórdido, mas confio plenamente na Justiça”, declarou.

Vale apontar que o Ministério Público já tinha entrado na justiça contra a atriz, alegando que Farid não tinha condições mentais para decidir sobre o próprio dinheiro. Suzy foi considerada inocente. A juíza Luciana Piovesan, do TJ-SP, ressaltou em sua decisão que os próprios médicos, em depoimento à polícia, disseram que os documentos atestavam o estado de saúde real do empresário na época.