Juscelino Filho se torna, assim, o primeiro integrante do primeiro escalão no terceiro mandato do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a se tornar, já no exercício do cargo de ministro, formalmente suspeito de ter cometido crimes após a conclusão de uma investigação realizada por um órgão vinculado ao próprio governo.
O relatório sobre o caso elaborado pela Polícia Federal foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Posteriormente, o documento deve seguir para a Procuradoria-Geral da República, a quem caberá decidir se denuncia Juscelino, com base nas apurações feitas pela PF, pede investigações e diligências complementares ou arquiva o caso por falta de provas. Caso a PGR decida pela denúncia, caberá ao STF decidir se o ministro se torna réu no caso.
A decisão da PF de indiciar Juscelino Filho foi publicada inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada posteriormente pela Reuters.
Procurados, o Ministério das Comunicações e a Secretaria de Comunicação da Presidência da República não responderam de imediato a pedido de comentário.
A investigação da PF, segundo a Folha, confirmou irregularidades em obras com recursos de emendas parlamentares da época em que Juscelino Filho atuava como deputado federal do União Brasil pelo Maranhão -- ele está licenciado do cargo para ocupar o ministério.
Ainda em março do ano passado, quando surgiram suspeitas envolvendo uso pelo ministro de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para participar de um leilão de cavalos de raça, Juscelino Filho foi mantido no cargo por Lula diante do apoio das alas da Câmara dos Deputados e do Senado a ele. Na ocasião, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, chegou a pedir o afastamento dele do posto.