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Filha de Lampião processa Pavinatto

Livro de Pavinatto sobre o cangaceiro foi considerado ofensivo.

Publicada em 28/01/24 às 08:58h - 1065 visualizações

Fábio Souza Tavares


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Filha de Lampião processa Pavinatto
 (Foto: Fotomontagem/Fábio Souza Tavares)

Expedita Ferreira Nunes (92 anos), filha de Lampião, processou o advogado, professor, influencer e escritor Tiago Pavinatto por ter escrito o livro "Da Silva: A Grande Fake News da Esquerda: O Perfil de um Criminoso Conhecido Pela Alcunha de Lampião" por considerá-lo ofensivo à memória do cangaceiro. O processo, movido pelo escritório de advocacia Cândido Dortas, também recai sobre a Almedina, editora que lançou o livro.

Pavinatto não trata Lampião como um herói representante do banditismo social, como outros autores. Ao contrário, retrata-o como um criminoso.

O autor e a editora disseram que não irão fazer retratação. Em um vídeo publicado no seu canal do YouTube, Pavinatto diz que Expedita está pedindo R$ 245 mil por danos morais e acrescenta: "Se tem uma coisa que eu não faço é me retratar".

A leitura sobre Lampião, personagem histórico controverso, gerou na literatura posicionamentos antagônicos. Se de um lado tem os que o enaltecem como herói, justiceiro social, representante das camadas subalternas, do outro lado tem quem o aponte como um criminoso violento, ladrão, estuprador e representante de interesses de coronéis nordestinos.

No livro Bandidos, de 1969, o historiador marxista britânico Eric Hobsbawn tratou Lampião como um defensor dos oprimidos, uma expressão do banditismo social que via no cangaço uma forma de efetuar uma vingança e combater a opressão;

Já o livro Maria Bonita: Sexo, Violência e Mulheres no Cangaço, da autora Adriana Negreiros lançado pela editora Objetiva em 2018, desconstrói a imagem de Lampião como Robin Hood do Sertão. "Ele era aliado dos grandes latifundiários do Nordeste e era amigo de um interventor", disse ela a uma entrevista realizada pela BBC News Brasil por ocasião do lançamento de sua obra. "O fato de ter passado impune tantos anos se deve à relação que tinha com o poder. Os grandes prejudicados eram os mais pobres", ressaltou.

Os relatos das atrocidades cometidas por Lampião e seu bando, como torturas, estupros, mutilações de mulheres e assassinatos que lembram as ações do Hamas nos ataques a Israel no 7 de Outubro, estão registradas e são conhecidas por muitos nordestinos que ainda hoje as narram nas rodas de conversas.

O advogado Alex Daniel , do escritório de advocacia que processa Pavinatto e a Almedina, diz que o autor confunde liberdade de expressão com liberdade de agressão. Entretanto, Lampião é uma figura histórica e pública cuja trajetória e significado estão sujeitos a novas interpretações,

Afinal, quem está com a razão: Pavinatto ou a filha do cangaceiro? Expedita busca simplesmente resgatar a imagem romantizada do pai ou descobriu um jeito de angariar grandes quantias explorando o mito do pai?

É importante levantar que Expedita também processou a Netflix por esta ter lançado a série satírica O Cangaceiro do Futuro onde um homem viaja no tempo para encontrar Lampião. O processo tramita na Justiça paulista.




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